BARREIRAS NO MANEJO DAS DOENÇAS DIARREICAS: DO NORMATIVO À REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE from the norms to the reality of the Sistema Único de Saúde
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Resumo
Objetivo: conhecer as barreiras assistenciais relacionadas ao manejo adequado da doença diarreica em serviços públicos de saúde. Metodologia: estudo qualitativo realizado com nove profissionais de saúde atuantes na assistência à saúde do Sistema Único de Saúde do Brasil. Os dados foram coletados por entrevista individual semiestruturada e analisados por conteúdo categorial temático. As respostas foram organizadas em subcategorias. Resultados: as subcategorias identificadas foram relacionadas às barreiras nas dimensões: de infraestrutura física; gerencial/organizacional; e, qualidade técnico-científica da assistência. A inapropriada infraestrutura física dos serviços dificulta as reavaliações dos pacientes. Na dimensão de gerenciamento e organização do serviço de saúde emergiu a pressão assistencial decorrente da demanda elevada e o incipiente protagonismo da enfermagem. A baixa qualidade técnico-científica da assistência à doença motivou a desconfiança nos profissionais sobre a eficácia da solução de reidratação oral resultando em medicalização excessiva dos pacientes. Na mesma categoria, evidenciou-se a inadequada avaliação clínica do paciente decorrente da baixa qualidade técnico-cientifica da assistência corroborou na gestão assistencial inadequada. Considerações Finais: essas barreiras identificadas interferem negativamente nos serviços, determinando a gestão inadequada da doença em detrimento as diretrizes assistenciais existentes, e contribuindo na elevação da morbidade hospitalar por doenças diarreicas.
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