BARREIRAS NO MANEJO DAS DOENÇAS DIARREICAS: DO NORMATIVO À REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE from the norms to the reality of the Sistema Único de Saúde

Conteúdo do artigo principal

Carlise Krein
Lucimare Ferraz
Lucieli Dias Pedreschi Chaves
Olvani Martins da Silva
Arnildo Korb

Resumo

Objetivo: conhecer as barreiras assistenciais relacionadas ao manejo adequado da doença diarreica em serviços públicos de saúde.  Metodologia: estudo qualitativo realizado com nove profissionais de saúde atuantes na assistência à saúde do Sistema Único de Saúde do Brasil. Os dados foram coletados por entrevista individual semiestruturada e analisados por conteúdo categorial temático. As respostas foram organizadas em subcategorias. Resultados: as subcategorias identificadas foram relacionadas às barreiras nas dimensões: de infraestrutura física; gerencial/organizacional; e, qualidade técnico-científica da assistência. A inapropriada infraestrutura física dos serviços dificulta as reavaliações dos pacientes. Na dimensão de gerenciamento e organização do serviço de saúde emergiu a pressão assistencial decorrente da demanda elevada e o incipiente protagonismo da enfermagem. A baixa qualidade técnico-científica da assistência à doença motivou a desconfiança nos profissionais sobre a eficácia da solução de reidratação oral resultando em medicalização excessiva dos pacientes. Na mesma categoria, evidenciou-se a inadequada avaliação clínica do paciente decorrente da baixa qualidade técnico-cientifica da assistência corroborou na gestão assistencial inadequada. Considerações Finais: essas barreiras identificadas interferem negativamente nos serviços, determinando a gestão inadequada da doença em detrimento as diretrizes assistenciais existentes, e contribuindo na elevação da morbidade hospitalar por doenças diarreicas.

Detalhes do artigo

Como Citar
KREIN, C.; FERRAZ, L.; CHAVES, L. D. P.; SILVA, O. M. da; KORB, A. . BARREIRAS NO MANEJO DAS DOENÇAS DIARREICAS: DO NORMATIVO À REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: from the norms to the reality of the Sistema Único de Saúde . Revista Eletrônica Multidisciplinar de Investigação Científica, Brasil, v. 2, n. 7, 2023. DOI: 10.56166/remici.238v2n7459. Disponível em: https://remici.editorapublicar.com.br/index.php/revista/article/view/174. Acesso em: 22 nov. 2024.
Seção
Artigos

Referências

BISWAS, D. et al. An ethnographic exploration of diarrheal disease management in public hospitals in Bangladesh: From problems to solutions. Social science & medicine. v. 260, p. 113-185, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2020.113185. Acessado em: Mar. 2023.

BOUSQUAT, A. et al. Tipologia da estrutura das unidades básicas de saúde brasileiras: os 5 R. Caderno de Saúde Pública. v. 33, n. 8, p. e00037316, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00037316. Acessado em: Set. 2022.

BORDIGNON, M. et al. Análise das internações por condições sensíveis à atenção primária no Oeste de Santa Catarina. Revista Baiana de Saúde Pública. v. 41, n. 2, p. 410-23, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.22278/2318-2660.2017.v41.n2.a1608. Acessado em: Nov. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manejo do paciente com diarreia [cartaz]. Brasil: Portal da Saúde; 2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf. Acessado em: Jan. 2023.

DIALLO, A. F. et al. Management of childhood diarrhea by healthcare professionals in low income countries: an integrative review. International journal of nursing studies. v. 66, p. 82–92, 2017. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28043020/. Acessado em: Jan. 2023.

GOMES, A. M. et al. Implantação de protocolos de enfermagem para ampliação do acesso na atenção primária à saúde. Enfermagem em Foco. v. 12, n. 1, p. 110-4, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021.v12.n7Supl.1.5186. Acessado em: Set. 2022.

KOBAYASHI, M. et al. Quality of Case Management for Pneumonia and Diarrhea Among Children Seen at Health Facilities in Southern Malawi. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene. V. 96, n. 5, p. 1107-1116, 2017. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5417203/. Acessado em: Jan. 2023.

KUIAVA, V. A.; PERIN, A. T.; CHIELLE, E. O. Hospitalização e taxas de mortalidade por diarreia no Brasil: 2000-2015. Ciência & Saúde. v. 12, n. 2, p. e30022, 2019. Disponível em; https://doi.org/10.15448/1983-652X.2019.2.30022. Acessado em: Mar. 2023.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2013.

OLIVEIRA, M. J. C. et al. Assistência de enfermagem no cuidado a diarreia infantil: revisão de literatura. Reon Facema. v. 3, n. 1, p. 401-6, 2017. Disponível em: http://www.facema.edu.br/ojs/index.php/ReOnFacema/article/view/169/93. Acessado em: Out. 2022.

POONAI, N. et al. Variables Associated With Intravenous Rehydration and Hospitalization in Children With Acute Gastroenteritis: A Secondary Analysis of 2 Randomized Clinical Trials. JAMA Netw Open. v.1, n.4, p. e216433, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33871616/. Acessado em: Jan. 2023.

ROWE, S. Y. et al. Effectiveness of strategies to improve health-care provider practices in low-income and middle-income countries: a systematic review. Lancet Glob Health. v. 6, n. 11, p. e1163-e1175, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S2214-109X(18)30398-X. Acessado em: Nov. 2022.

SOUZA, F. E. A. et al. O poder simbólico e a gestão dos hospitais em municípios de pequeno porte. Revista Gerencia y Políticas de Salud, v. 20, p. 1-18, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.11144/Javeriana.rgps20.psgh. Acessado em: Mar. 2023.

SREERAMAREDDY, C. T.; LOW, Y-P.; FORSBERG, B. C. Slow progress in diarrhea case management in low and middle income countries: evidence from cross-sectional national surveys, 1985–2012. BMC Pediatrics. v. 17, n. 83, 2017. Disponível em: https://bmcpediatr.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12887-017-0836-6. Acessado em: Jan. 2023.

TESSER, C. D. Por que é importante a prevenção quaternária na prevenção?. Revista de Saúde Pública. v. 51, n. 116, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000041. Acessado em: Mar. 2023.

TESSER, C. D. Cuidado clínico e sobremedicalização na atenção primária à saúde. Trabalho, Educação e Saúde. v. 17, n. 2, p. e0020537, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00205. Acessado em: Jan. 2023.

WIEDENMAYER, K. et al. Adherence to standard treatment guidelines among prescribers in primary healthcare facilities in the Dodoma region of Tanzania. BMC Health Service Research. v. 21, n. 272, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12913-021-06257-y. Acessado em: Dez. 2022.