ACESSIBILIDADE EM RESIDÊNCIAS: ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS SOB A ÓTICA DOS USUÁRIOS DE CADEIRA DE RODAS

Contenido principal del artículo

Resumen

A acessibilidade é condição básica para que pessoas com deficiência tenham segurança e autonomia. Nas residências, esta acessibilidade deveria ser considerada de forma mais objetiva, visando a adaptabilidade e usabilidade em caso de uma eventual deficiência. Assim, o presente estudo tem como objetivo verificar, a partir da percepção dos usuários de cadeira de rodas, as necessidades de modificações e adaptações realizadas nas suas residências, a fim de torná-las acessíveis. A pesquisa caracteriza-se como aplicada, de caráter observacional descritivo, com análise e discussão de dados sob paradigma qualitativo. Foram aplicadas entrevistas semiestruturadas, realizadas por videochamadas com cada participante, em virtude da pandemia de COVID-19, em maio de 2020. Participaram do estudo oito usuários de cadeira de rodas selecionados por conveniência e frequentadores da Associação de Lesados Medulares do Rio Grande do Sul (LEME/RS). Constatou-se que todos fizeram algum tipo de adaptação em suas residências, algumas simples, como colocação de rampas e barras de apoio, até outras elaboradas e custosas, como a colocação de elevadores. As adequações mais citadas espontaneamente pelos participantes, foram realizadas no banheiro e na cozinha. Percebe-se que algumas das adaptações executadas não seguem os preceitos de conforto e segurança de utilização preconizados nos dimensionamentos mínimos constantes na NBR 9050:2020, sendo as mais comuns a inclinação de rampas, dimensões de portas e alturas de equipamentos fora do padrão estabelecido. Mesmo que a legislação não obrigue, construir residências adaptadas ou adaptáveis com baixo custo diminui a preocupação caso um infortúnio acometa inesperadamente uma família. A adaptação das residências pode ser simples ou complexa ou até impossível, dependendo da tipologia construtiva e de inúmeros fatores técnicos, porém, com uma construção pensada para a acessibilidade, as dificuldades serão muito menores e as adaptações mais econômicas.

Detalles del artículo

Cómo citar
ALBERS, C.; BARTH, M.; RENNER, J. S. ACESSIBILIDADE EM RESIDÊNCIAS: ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS SOB A ÓTICA DOS USUÁRIOS DE CADEIRA DE RODAS. Revista Eletrônica Multidisciplinar de Investigação Científica, Brasil, v. 3, n. 18, 2024. DOI: 10.56166/remici.v3n183324. Disponível em: https://remici.editorapublicar.com.br/index.php/revista/article/view/407. Acesso em: 21 nov. 2024.
Sección
Artigos

Citas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro. 2013. Disponível em: https://www.caurn.gov.br/wp-content/uploads/2020/08/ABNT-NBR-9050-15-Acessibilidade-emen-da-1_-03-08-2020.pdf. Acessado em: Maio. 2024.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15.575: Edificações habitacionais. Desempenho. Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro. 2013.

BRASIL. Lei no. 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: http://www.planal-to.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acessado em: Maio. 2024.

BRASIL. Decreto no. 9.451, de 26 de julho de 2018. Regulamenta o art. 58 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/20-18/decreto/d9451.htm. Acessado em: Maio. 2024.

CARLI, S. P. Moradias inclusivas no mercado habitacional brasileiro. In: ORNSTEIN, S. W.; ALMEIDA PRADO, A. R.; LOPES, M. E. (Orgs.). Desenho universal: caminhos da acessibilidade no Brasil. São Paulo: Annablume, 2010. p. 131-142.

CASTRO. J. C. Ir e Vir – acessibilidade, compromisso de cada um. Campo Grande: Gráfica Gibim e Editora, 2013.128 p.

FURLANETTO, C. H. P. Condições de acessibilidade em habitação de interesse social: estudo de caso em condomínio PAR em Passo Fundo. 2013. 151 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, 2013. Disponível em: http://tede.upf.br/jspui/bitstream/tede/303/1/2013ClaudiaHelenaPaimFurlanetto.pdf. Acessado em: Maio. 2024.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). (2022a). PNAD Contínua: Pessoas com Deficiência 2022. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visu-alizacao/livros/liv102013_informativo.pdf. Acessado em: Maio. 2024.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). (2022b). Censo Demográfico 2022. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/. Acessado em: Jun. 2024.

JORDAN, W. A. Universal Design for the Home: barrier-free living for all generations. Singapura: Quary Books, 2008. 207 p.

KANG, Y. et al. Epidemiology of worldwide spinal cord injury: a literature review. Journal of Neurorestoratology, v. 6, p. 1-9, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.2147/JN.S143236. Acessado em: Maio. 2024.

LANSLEY, P.; McCREADIE, C.; TINKER, A. Can adapting the homes of older people and providing assistive technology pay its way? Age and Ageing. v. 33, n. 6, p 571-576, 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1093/ageing/afh190. Acessado em: Jun. 2024.

MARCONDES, N. A. V.; BRISOLA, E. M. A. Análise por triangulação de métodos: um referencial para pesquisas qualitativas. Revista Univap, v. 20, n. 35, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.18066/revunivap.v20i35.228. Acessado em: Jun. 2024.

MINAYO, M. C. S. et al. Métodos, técnicas e relações em triangulação. In: MINAYO, M. C. S.; ASSIS, S. G. E.; SOUZA, R. (Eds.). Avaliação por triangulação de métodos: abordagem de programas sociais. (1a. reimp.). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2005.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo, RS: Feevale, 2013.

ROJAS, V. B. F. Contribuições para o planejamento de ambientes construídos destinados à convivência de idosos. 2005. 147 f. Trabalho de Conclusão (Mestrado Profissionalizante em Engenharia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. 2005. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/10145. Acessado em: Jun. 2024.

SODRÉ, E. S. R.; RAPOSO, M.; BRAIDA, F. Acessibilidade no ambiente residencial: um estudo de caso em um conjunto habitacional para população de média e baixa rendas em Juiz de Fora. Anais do 15º ERGODESIGN, v. 2, n. 1, 2015. Disponível em: https://pdf.blucher.com.br/designproce-edings/15ergodesign/67-E142.pdf. Acessado em: Jun. 2024.

STORY, M. F.; MUELLER, J. L.; MACE, R. L. The Universal Design File: Designing for People of All Ages and Abilities. NC State University, The Center for Universal Design. 1998. 172p.

TEIXEIRA, L. C.; MEDOLA, F. O.; PASCHORELLI, L. C. A pessoa com mobilidade reduzida no ambiente domiciliar: demandas para o Design Universal e tecnologia Assistiva. Anais do 15º ERGODESIGN. 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/281492546_A_PE-SSOA_COM_MOBILIDADE_REDUZIDA_NO_AMBIENTE_DOMICILIAR_DEMANDAS_PARA_O_DESIGN_UNIVERSAL_E_TECNOLOGIA_ASSISTIVA. Acessado em: Jun. 2024.

THIRY-CHERQUES, H. R. Saturação em pesquisa qualitativa: estimativa empírica de dimensionamento. Revista PMKT, n. 3, p. 20-27, 2009. Disponível em: https://revistapmkt.com.br/wp-content/uploads/2009/09/SATURACAO_EM_PESQUISA_QUALI-TATIVA_ESTIMATIVA_EMPIRICA_DE_DIMENSIONAMENTO.pdf. Acessado em: Jun. 2024.

VAN DEN BERG, M. E. et al. Incidence of spinal cord injury worldwide: a systematic review. Neuroepidemiology, v. 34, n. 3, p. 184-192, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1159/0-00279335. Acessado em: Jun. 2024.